quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Afurada minha amada



Para quem não sabe ou não conhece, a Afurada é um bairro piscatório da cidade de Vila Nova de Gaia. Local simples mas de uma beleza incomparável. Aparentemente apenas com uma paisagem arrebatadora onde se testemunha o rio Douro a desaguar no oceano Atlântico, a vista deslumbrante sobre o vizinho Porto e a imponente Ponte da Arrábida que se ergue nos céus.

Para além de tudo isto a Afurada é um bairro tranquilo e peculiar. De gentes únicas. Homens com pele bronzeada e redes em punho. Mulheres fortes em  aventais rendados. Cheira a peixe fresco e grelhado em cada tasco de esquina com as suas rudes esplanadas. Ruas pitorescas e casarios sempre de porta aberta, com fogareiros nos passeios e crianças em tronco nu a correr ou a andar de bicicleta pelas ruas.
Nas águas vivem barcos com nomes e almas que ondulam suavemente. No ar as gaivotas rodopiam freneticamente.

O pôr-do-sol chega e ilumina este quadro através das janelas feitas de paus que se cruzam no horizonte onde repousam as roupas lavadas no tanque das mulheres fortes em aventais rendados.

Carta aberta ao Meu querido mês de Agosto...



Há dias em que nada parece fazer muito sentido. Desde o propósito para que nos levantamos até todas as notícias facebookianas ou não que ouvimos por aí. E depois percebemos que estás aí. Meu querido mês de Agosto.

Hoje é um desses dias. O país arde, o Governo não…infelizmente. E tu maldito mês de Agosto não terminas. Continuo sem perceber o porquê de seres tão venerado pela nação. O país pára. Os cérebros páram. Nada funciona. Tu, Meu querido mês de Agosto transformas o país num polvo mutante que nos engole sem piedade. E nós parecemos adorar. Praias invadidas sem lugares para estacionar, shoppings, restaurantes e supermercados a vomitar de gente. E como um bando de pássaros perdidos no meio da tempestade rumamos ao Sul…

Meu querido mês de Agosto que trazes caos de parvoíce aumentada e paranormal ano após ano é hora de te dizer Adeus.